Vencedores dos Jogos Florais de Nova Friburgo
Nova Friburgo
Nova Friburgo é uma cidade serrana no interior do Rio de Janeiro, a cerca de duas horas da capital. Foi a cidade escolhida por Luiz Otávio em 1960 para realizar o primeiro "Jogos Florais" exclusivamente de Trovas do Brasil. No passado havia ocorrido Jogos Florais em Santos (SP), por três anos consecutivos (1914 a 16), Jogos Florais mas eram com poemas de várias modalidades.
Foi lá em Nova Friburgo, que em 1960, Luiz Otávio e J. G. de Araújo Jorge escolheram para serem realizados estes Jogos Florais, que desencadearam uma onda de Concursos de Trovas pelo Brasil, de norte a sul, produzindo uma quantidade enorme de Trovas todos os anos.
Em especial em Nova Friburgo, os trovadores se esmeram e empenham para enviarem suas melhores trovas pois é lá, o berço dos Jogos Florais no Brasil. Entre 1960 e 2022, já foram realizados 63 Jogos Florais, que produziram sessenta e três trovas vitoriosas destes concursos.
A seguir, serão disponibilizadas todas estas 63 trovas desde 1960 até o ano de 2022, em sequência temporal.
TROVAS VITORIOSAS
DOS JOGOS FLORAIS DE NOVA FRIBURGO
Apresentação do Coral da Aliança Francesa no Jubileu de Ouro dos Jogos Florais de Nova Friburgo
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Trovas VITORIOSAS | ||
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1960 – AMOR Não me chames de senhor que eu não sou tão velho assim, e ao teu lado, meu amor, não sou senhor…nem de mim! (Rodrigues Crespo - Belo Horizonte) |
1961 – SAUDADE Maria, só por maldade, deixou-me a casa vazia Dentro da casa: a saudade! e na saudade: Maria! (Anis Murad - Rio de Janeiro) | |
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1962 – CIÚME Quanto mais teu corpo enlaço mais padeço o meu tormento, por saber que o meu abraço Não prende o teu pensamento (Jesy Barbosa - Petrópolis) |
1963 – VIDA Esta engrenagem, que é a vida esmaga a todos, sem dó e a gente, aos poucos moída, de novo volta a ser pó. (Paulo Emílio Pinto) | |
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1964 – BEIJO Ao beijar a tua mão, que o destino não me deu, tenho a estranha sensação de estar roubando o que é meu… (Durval Mendonça - Rio de Janeiro) |
1965 – MULHER No dia em que tu quiseres ser meu senhor e meu rei, serei todas as mulheres na mulher que te darei. (Nydia Iaggi Martins-N. Friburgo/RJ) | |
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1966 – DESPEDIDA Meu lenço, na despedida, tu não viste em movimento: – Lenço molhado, querida, Não pode agitar-se ao vento. (Carlos Guimarães - N. Friburgo/RJ) |
1967 – NOITE Noites feitas de saudade, de lembranças, de meiguice… -Tão curtas na mocidade E tão longas na velhice! (Alfredo de Castro - P. Alegre/MG) | |
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1968 – NOVA FRIBURGO Amanhece. A névoa fina vai aos poucos se extinguindo… E o Sol, varrendo a neblina, mostra Friburgo…sorrindo! (Daniel de Carvalho) |
1969 – ABANDONO Sozinho…o tempo passando, um dia vai, outro vem… Meu Deus! Maria chegando, abro meus olhos…ninguém! (Rubens de Castro) | |
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1970 – PRESENÇA Aérea, fluída, de gase… corpo volátil de essência… sua presença era quase, como se fosse uma ausência… (João Rangel Coelho - R. de Janeiro/RJ) |
1971 – ANGÚSTIA Na minha angústia, calado, eu vi no espelho outro dia, um rosto amargo e cansado – Meu Deus do céu, quem seria?… (Walter Sanches) | |
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1972 – SILÊNCIO Nessas angústias que oprimem, que trazem o medo e o pranto, há gritos que nada exprimem, silêncios que dizem tanto… (Luiz Otávio - Rio de Janeiro/RJ) |
1973 – RETICÊNCIAS Mãos tristes temendo ausências se despedem com revolta… Nosso adeus tem reticências que acenam dizendo…Volta! (Carolina Ramos - Santos/SP) | |
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1974 – FIBRA Cabelos brancos ao vento, -Saudade feita de neve – ! Mil fibras de sentimento dizendo a tudo: Até breve!… (Helvécio Barros - Bauru/SP) |
1975 – ENCONTRO Eu e tu , duas metades Que a vida vai separando… Eu e tu, duas saudades Na saudade se encontrando. (Izo Goldman - São Paulo/SP) | |
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1976 – CULPA Ante as sandálias furadas que entre cascalhos gastei, não culpo o chão das estradas, culpo os maus passos que dei. (José Maria M. Araújo - R. Janeiro) |
1977 – CONFLITO No conflito de um desgosto, por saber que não me queres, vivo em busca do teu rosto no rosto de outras mulheres… (Octávio Venturelli - N. Friburgo/RJ) | |
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1978 – OCASO Na paixão em que me abraso tanto sol tem minha estrada, que eu não troco o meu ocaso pela mais linda alvorada! Alcy R. Souto Maior (R. Janeiro/RJ) |
1979 – AUSÊNCIA Não diga adeus nem brincando, o adeus é irmão da saudade, e alguma ausência, escutando, pode pensar que é verdade… (Octávio Venturelli - N. Friburgo/RJ) | |
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1980 – RUMO Fim do meu rumo. Eu grisalho dos netos entre os carinhos, pareço um velho espantalho cercado de passarinhos. (Romeu Gonçalves da Silva) |
1981 – VIDRAÇA Entre esperas e demoras, que a solidão descompassa, já nem sei quantas auroras vi chegar pela vidraça!… (Vasques Filho - Fortaleza/CE) | |
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1982 – FUGA Em passos e contrapassos, ao som de acordes tristonhos sempre foges dos meus braços no bailado dos meus sonhos… (Vasques Filho - Fortaleza/CE) |
1983 – QUASE São quase uma eternidade minhas noites de abandono, porque em meu quarto a saudade se deita, mas não tem sono… (João Freire Filho - Rio de Janeiro) | |
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1984 – AMOR Nós tanto nos pertencemos, nosso amor vai tão além… Que nós dois já nem sabemos, qual de nós é mais de quem! (Almerinda Liporage - R. Janeiro) |
1985 – BRINQUEDO Infância é um brinquedo usado que um dia a vida resolve tomar um pouco emprestado e nunca mais nos devolve! (A. Tadeu Hagen - J. de Fora/MG) | |
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1986- CANTIGA Cantiga, que me transporta da angústia, ao sono de paz; é o som da chave na porta e teus passos, logo atrás… (Almerinda Liporage - R. Janeiro) |
1987 – ACENO Partiste sem um aceno multiplicando os meus ais: não quis teu mundo pequeno meu sonho grande demais! (Eugênia Mª Rodrigues-R. Novo/MG) | |
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1988 – PROCURA Jurei não te procurar… Jurei, mas quebrei a jura… Quem ama pode jurar não procurar, mas…procura. (Luna Fernandes - Rio de Janeiro/RJ) |
1989 – TEIMOSIA Espero-a…A noite está fria, mas não desisto…Ouço passos… E o prêmio da teimosia vem se acolher em meus braços. José Tavares de Lima (Juiz de Fora/MG) | |
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1990 – LEMBRANÇA Teu retrato até rasguei para fugir da verdade… “ Sem lembranças””, eu pensei, mas ninguém rasga a saudade!… (Thereza Costa Val - B. Horizonte/MG) |
1991 – ESPAÇO Mãe, por mais que eu me concentre na importância do que faço não esqueço que teu ventre foi o meu primeiro espaço! (Almerinda Liporage - R. Janeiro) | |
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1992 – EMOÇÃO Resisto…mas, distraída, minha razão nem percebe quando a emoção atrevida abre a porta…e te recebe! (Marilúcia Resende - S. Paulo/SP) |
1993 – RETRATO Teu retrato, enraivecida, eu rasguei, sem embaraços… mas a saudade atrevida juntou de novo os pedaços!… (Marilúcia Resende - S. Paulo/SP) | |
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1994 – DESPREZO Não desprezei meu Nordeste, desprezo, eu juro, foi não… Foi a dureza do agreste que me afastou do sertão! (Alfredo de Castro - P. Alegre/MG) |
1995 – POETA Quando esta lua indiscreta, me traz lembranças sem fim eu choro o velho poeta que morreu dentro de mim. (Rita Marciano Mourão - R. Preto/SP) | |
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1996 – MAGIA Lavrador, por tuas mãos, que Deus dotou de magia, faz-se o milagre dos grãos dando o pão de cada dia! (Maria Lucia D. Castanho - Bandeirantes/PR) |
1997 – TRISTEZA Eu me recuso, tristeza, a conviver com teu mundo: -Vida que tem correnteza não cria lodo no fundo! (Héron Patrício - S. Paulo/SP) | |
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1998 – JANELA Meu orgulho se rebela mas o amor faz perdoar, porque a saudade é janela que eu nunca aprendo a fechar. Almerinda Liporage (Rio de Janeiro) |
1999 – BILHETE Velho bilhete…lembrança de um amor que não foi meu… Um pedido de esperança que a vida não respondeu… (Marina Bruna - São Paulo/SP) | |
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2000 – INSTANTE A saudade se embaraça e a paixão se intensifica… – Não pelo instante que passa, mas pelo instante que fica. Eduardo Toledo (Pouso Alegre/MG) |
2001 – DETALHE Meu perdão foi um tributo A uma lágrima suspensa: – um detalhe diminuto Mas,que fez a diferença… (Darly Barros - São Paulo/SP) | |
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2002 – CERTEZA Se te vais, por gentileza, deixa a porta sem trancar! não me roubes a certeza, de que logo irás voltar! (Adélia Victória Ferreira - São Paulo) |
2003 – ESPERA Eu te quero às escondidas e, se esta espera durar, te esperarei quantas vidas for necessário esperar! (Eugênia Maria Rodrigues - Rio Novo/MG) | |
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2004 – REFÚGIO Baú velho, tampo torto, cartas e fotos mofando… – Refúgio de um sonho morto Que eu vivo ressuscitando. (José Ouverney - Pindamonhangaba/SP) |
2005 – MOTIVO Sei que os motivos são poucos, sei que as razões também são, mas este amor nos faz loucos e os loucos não têm razão!!! (Gerson César de Souza - Porto Alegre/RS) | |
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2006 – FRONTEIRA Amai- vos, e as derradeiras muralhas hão de cair. – Havendo amor, as fronteiras não têm razão de existir! (A. A. de Assis - Maringá/PR) |
2007 – MENSAGEM Sem precisar das imagens ou linguagem que os ensinem, os olhos trocam mensagens que as palavras não definem. (Campos Sales - São Paulo/SP) | |
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2008 – ESCOLHA Duas culpas, um pecado e um remorso a nos doer: você- que escolheu errado; eu- que nem pude escolher… (José Ouverney - Pindamonhangaba/SP) |
2009 - SAUDADE Entre os véus da noite, imerso, insone em meu travesseiro, escrevo apenas um verso e a saudade... um livro inteiro! (Maria Lucia Daloce - Bandeirantes - PR) | |
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2010 - PRAZER Se a vida, em seus embaraços, faz minha vida ser triste, busco prazer em teus braços... ... e esqueço que a vida existe! (Pedro Mello - São Paulo- SP) |
2011 - RECADO Pediste:”Espere, querida...” no cartãozinho assinado. E eu fiquei, por toda a vida, refém de um simples recado! (Thereza Costa Val-B. Horizonte-MG) | |
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2012 - PASSAGEM A passagem mais sofrida, que nós fazemos, a sós, é ver o alcance da vida sair do alcance de nós...! (Mara Melinni A. Garcia - Caicó/RN) |
2013 - PREÇO Cobra a vida o preço justo, por nossos erros fatais, ser feliz a qualquer custo, é sempre caro demais ! (CAMPOS SALES - São Paulo- SP) | |
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2014 - PASSEIO Por água o Nordeste anseia e, no flagelo do estio, sedenta a sede passeia por onde passava um rio! (Campos Sales - São Paulo/SP) |
2015 - VOZ DA SERRA Honra e glória à “A VOZ DA SERRA”: sete décadas de amor. - Em cada edição que encerra, nova luz leva ao leitor! (A. A. de Assis - Maringá/PR) | |
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2016 - TERRA Arando a terra, meu pai ensina-me enquanto canta que uma semente que cai é esperança que se planta! (Edweine Loureiro da Silva Saitama - Japão) |
2017- PAUSA Para fugir do cansaço, ensinou-me um velho monge, que uma pausa a cada passo, sempre nos leva mais longe! (Messias da Rocha - Juiz de Fora-MG) | |
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2018 - DECRETO Sempre o povo impõe seu veto, quando a cegueira de um rei cria trevas por decreto e apaga as luzes da lei! (Messias da Rocha - Juiz de Fora-MG) |
2019 - CIÚME O ciúme, que o amor cerceia, causa entre nós tal revés, que vê falsos pés na areia sem ter marcas de outros pés! (Francisco Garcia - Caicó/RN) | |
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2020 - CHANCE Seja a semente que do alto, quando cai para morrer, em qualquer fenda de asfalto vê uma chance em florescer! (Marilia Oliveira -Porto Alegre/RS) |
2021 - RECADO Saudade é um sutil recado que a vida gosta de ler nos bilhetes que o passado não se cansa de escrever!... (Mara Mellini - Caicó/RN) | |
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2022 - CONFISSÃO Há um medo que me angustia e à confissão, não me oponho... É o temor de que algum dia a idade me roube o sonho! (Francisco Garcia - Caicó/RN) |
Magníficos Trovadores no Jubileu de Ouro dos Jogos Florais de Nova Friburgo

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